Atendendo à convocação da dinâmica Dra.Fabíola Marques, Presidenta da Comissão da Mulher Advogada, a OAB Mulher, compareci ontem a um evento suprapartidário interessantíssimo, realizado na sede da Fiesp de São Paulo, cujo título foi:
Audiência Pública “A Reforma política e as mulheres”
O que achei mais interessante foi a diversidade das mulheres presentes, de diferentes partidos políticos e variadas classes sociais – da classe média C, média B, alta A, alta AA , alta AAA, ops, isso já são pilhas e ninguém lá estava “uma pilha” -- muito pelo contrário! O clima foi de união e interesse comum, quase uma sisterhood (não fosse o confuso medo que a palavra feminismo ainda provoca em algumas perseguidoras aguerridas da “mística feminina” que temem ser tomadas por manhaters), todas falaram respeitando seus tempos, entusiasmadas, exaltadas até, mas organizadamente, sob a coordenação da Senadora Marta Suplicy, que ressaltou, inclusive, a importância simbólica de se chamar Dilma Rousseff de Presidenta.
Sempre em torno da importância de uma mudança política que permita maior participação feminina nas esferas do Poder, foram tratados temas como o terrível estado em que se encontra a saúde da mulher, com lamentável aumento da mortalidade materna, (Dra.Pinotti); o problema de falta de recursos e de tempo na TV para candidatas mulheres e, enfim, o ainda minúsculo número de mulheres em todas as esferas de poder, inclusive na própria sede que abrigou o evento, a Fiesp, como declarou a anfitriã do encontro, Eliane Belfort, Diretora Titular do Comitê de Responsabilidade Social da entidade. Gostei muito de ouvir a frenética Deputada Federal Janete Rocha Pietá, especialista num tudo-junto-agora, em sua defesa alarida de mulheres, de negros e do grupo GLBT... Ainda enfrentando esta última frente, relativa aos direitos dos homossexuais, também se manifestou -- e com muita propriedade-- a incansável ativista Rita Quadros, -- já que a situação de homofobia está cada vez mais intolerável, como é intolerável o poder das religiões sobre as leis e os políticos (isso por último sou eu que estou dizendo, já que minha xará foi mais comedida). Last but not the least destaco
as palavras de abertura e de conclusão da Procuradora Luiza Nagib Eluf, que falou, entre outras coisas, sobre a importância do papel do Judiciário e a terrível estatística das brasileiras vítimas de violência doméstica: a cada duas horas uma mulher é assassinada. Os crimes “de paixão” ocorrem em todas as classes sociais, e os assassinos raramente são punidos. Com sua oratória vibrante e feminina veemência na defesa das mulheres, a Procuradora Luiza Nagib Eluf foi das mais aplaudidas e várias mulheres, que ainda não a conheciam, foram depois procurá-la, encantadas.
Rita Moreira
PS: se você leu até aqui, fico contente e quero lembrar que este texto faz parte do meu setor Informações. Nem sempre falarei de política. Sou feminista assumida. Mas prefiro literatura, poesia e Nova Iorque, my favorite city. Serão da minha NY (porque cada um tem a sua) as fotos que estou selecionando para o setor Fotos. Com algumas dicas, também, sobre a Big Apple.
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