Foi emocionante! Estivemos ontem na OAB ouvindo a Premio Nobel Shirin Ebadi, que é uma absoluta graça, um amor total, baixinha como eu, e de uma coragem que me levou às lágrimas. Deixou muito claro que o Irã não é a favor dos Estados Unidos, mas isso não significa que seja a favor do atual ditador. Contou aqueles horrores que ocorrem no Irã (a maioria eu já sabia, como o apedrejamento de mulheres e o enforcamento de homossexuais, muitas vezes em praça pública, “para dar o exemplo”), além de sua narrativa pessoal de como prenderam e torturaram toda sua família, sua querida irmã, e como prendem imediatamente todo advogado que tenta defender presos políticos. Horror, horror! Contou que não mora em nenhum país, mas sim em aeroportos, pois está viajando o mundo todo, contando como está seu amado país e pedindo que escrevam às embaixadas do Irã para que soltem a advogada Nasrin Soutudeh, condenada a 11 anos de prisão por defender presos políticos. Quando lhe perguntei, ao pé do ouvido (podem acreditar, estive ao pé do ouvido da maravilhosa Shirin-- , sobre religião e política, ela disse que religião é uma coisa e política outra, não devendo, portanto, ser misturadas. Ela é verdadeiramente encantadora, em sua força e coragem. Mas, infelizmente, as coisas não são como ela disse: religião se mistura e se impõe à política, como é o caso, aqui, do poderes católicos (fora aqueles como de Dom Helder, é claro), impregnados em todos os setores do governo desde o “descobrimento” e que conta agora com uma forte aliada: essa abominável proliferação de evangélicos, atuando no Congresso com toda a sua ganância e obscurantismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário