sexta-feira, 29 de julho de 2011

APESAR DE EVANGÉLICA

Pois é. Apesar de evangélica e todo o atraso que isso possa implicar, impossível não gostar das falas, e agora escritos, de Marina Silva. Sua última coluna na Folha, "O Grito da Noruega", por exemplo. Transformações me fascinam e Marina Silva é o exemplo mais fabuloso de transformação (humana) que já vi. Escrever tão bem assim, alguém que se alfabetizou adulta! Até da sua ousadia poética, diante do quadro O Grito, de Munch, eu gostei. Aí vai:
Mesmo sem voz é profética
mesmo sem rima é poética
mesmo sem forma é estética,
mesmo em segredo revela-se.

O fato é que, ao contrário de muitos, eu gosto e uso rimas. Como não gostar de Marina, apesar de evangélica? Como não amar Rumi, apesar do sufismo ser islâmico? Não que esteja comparando Marina Silva a ele. Mas, pensando bem, por quê não?

PS: Estou crendo, é claro, que ela não tem ghost writer. Pelo modo correto e articulado como fala, dá para acreditar.


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